A Blue Stripes, uma empresa de Nova York que combate o desperdício da indústria do chocolate ao reaproveitar o fruto do cacau, captou US$ 20 milhões em uma rodada série B liderada pela Zintinus.

Entre os investidores adicionais estão a The Hershey Company, Whole Foods Market, DMG Ventures, Hamilton Lane e Praesidium. O chef e YouTuber Nick DiGiovanni também se juntou ao time como parceiro de capital e embaixador da marca.

“O apoio dele é autêntico, e como defensores apaixonados da marca, acreditamos que essa parceria ajudará a gerar reconhecimento orgânico”, disse Oded Brenner, cofundador e CEO da Blue Stripes, ao Green Queen. Ele destacou que DiGiovanni será fundamental para aumentar a conscientização sobre a marca.

“Conheço Oded há muitos anos e sempre o descrevi como o ‘Willy Wonka dos dias modernos’”, disse DiGiovanni. “Ao longo dos anos, aprendi muito sobre a indústria do cacau, então estou animado para fazer parte da equipe da Blue Stripes e mostrar ao mundo que o cacau é muito mais do que apenas chocolate.”

Brenner acrescenta que a parceria com o YouTuber é só o começo. “Nosso foco está em conexões reais e significativas com apoiadores que compreendem nossa missão.”

Produção de cacau da Blue Stripes acontece diretamente nas fazendas

Brenner, veterano da indústria e fundador da marca global Max Brenner, criou a Blue Stripes com Aviv Schwietzer para promover o fruto do cacau como ingrediente e combater o problema de desperdício da indústria. A empresa se destaca com sua abordagem criativa e consciente na indústria de alimentos saudáveis.

O objetivo da Blue Stripes é transformar o cacau, uma das frutas mais desperdiçadas do mundo e uma indústria altamente poluente. A produção de cacau tem impulsionado o desmatamento em países produtores como a Costa do Marfim, onde mais de 85% das áreas florestais foram destruídas desde 1960.

Estima-se que 70% do fruto do cacau seja desperdiçado durante a produção do chocolate. A Blue Stripes, ao reaproveitar esse material, aumenta a renda dos agricultores e valoriza o cultivo do cacau. A empresa realiza a colheita e processamento diretamente no Equador, onde as vagens de cacau são colhidas nas fazendas.

“Depois que as vagens são levadas para nosso centro de processamento, elas são limpas, abertas e a polpa é cuidadosamente removida. A polpa é prensada a frio e engarrafada no Equador”, explica Brenner. “Todo o processo, da colheita à embalagem, acontece nas fazendas, o que garante eficiência e minimiza o impacto ambiental, especialmente em termos de transporte.”

Com o cacau ameaçado pelas mudanças climáticas, a utilização de toda a fruta ajuda a reduzir o impacto ambiental e melhora a sustentabilidade. “Mesmo com uma queda na produção, o aproveitamento total da fruta pode maximizar a produção”, afirma Brenner.

Blue Stripes cria nova categoria de superalimentos à base de cacau

Entre os produtos inovadores da Blue Stripes estão água de cacau, granola de cacau, mix de trilha com cacau e chocolate, além de frutas secas de cacau e grãos cobertos com chocolate. Eles são vendidos nacionalmente por meio do site da empresa, Amazon e em varejistas premium como Whole Foods e Sprouts.

A rodada de investimento chega em um momento em que os preços do cacau atingem níveis recordes, devido a problemas nas colheitas provocados pelas mudanças climáticas. Como a Blue Stripes pretende se posicionar em um cenário de alta nos custos?

“Não nos vemos como uma marca premium. Nosso objetivo é escalar e tornar o uso do fruto do cacau mais comum, o que permitirá reduzir os preços ao longo do tempo”, diz Brenner. A expansão ajudará a tornar os benefícios do cacau mais acessíveis ao público e a criar oportunidades para outras marcas que queiram usar o fruto integral.

O novo capital permitirá à empresa avançar em suas tecnologias de processamento, desenvolver novos produtos, ampliar a distribuição e aumentar a conscientização sobre os benefícios do cacau como superalimento. Brenner também confirma que a participação da Hershey’s é apenas como investidora e não indica desenvolvimento conjunto de produtos.

Além da Blue Stripes, outras startups como Cabosse Naturals e Koa também inovam com o fruto do cacau, enquanto empresas como Celleste Bio e California Cultured desenvolvem alternativas de cacau cultivado em laboratório.

“Nós focamos em um cacau natural e minimamente processado, garantindo que nossos produtos mantenham seus valores de pureza e sustentabilidade”, finaliza Brenner.

Confira a matéria publicada na Green Queen.

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