Um estudo conduzido pela empresa holandesa de tecnologia alimentar Revyve revelou uma atitude positiva em relação aos substitutos de ovo à base de proteína de levedura em três países europeus: França, Alemanha e Reino Unido.

A pesquisa, realizada por meio de entrevistas moderadas por inteligência artificial, buscou avaliar o interesse pelos ingredientes funcionais da Revyve, produzidos a partir de leveduras de cervejaria e panificação. Esses ingredientes podem substituir proteínas de ovo e texturizantes sintéticos. Os consumidores dos três países reconheceram o papel nutricional e funcional dos ovos em diversos alimentos, mas demonstraram entusiasmo com as alternativas baseadas em leveduras.

Embora houvesse um consenso sobre os ovos serem fonte de proteína e um excelente agente aglutinante, algumas diferenças surgiram entre os países. Os consumidores franceses destacaram a importância dos ovos na espessura e maciez dos alimentos, mas também reconheceram que algumas pessoas não podem consumi-los devido a alergias. No Reino Unido e na Alemanha, houve mais preocupação com os efeitos do ovo sobre o colesterol e sua incompatibilidade com dietas veganas.

Naturalidade e sustentabilidade

De forma geral, os consumidores percebem as proteínas de levedura como naturais e nutritivas. No Reino Unido, a levedura de cervejaria foi vista como um valioso subproduto da produção de cerveja, enquanto a levedura de panificação foi associada às massas assadas. Já franceses e alemães demonstraram preferência pela levedura de panificação devido à familiaridade com o ingrediente.

Os franceses expressaram algumas preocupações sobre a possibilidade de alteração no sabor dos alimentos, enquanto os alemães buscaram garantias de que a proteína de levedura poderia igualar a qualidade das proteínas de origem animal. Os britânicos também demonstraram um leve ceticismo nesse aspecto.

Todos os grupos reconheceram as proteínas de levedura como uma alternativa sustentável às proteínas animais. No entanto, o conceito de reaproveitamento (upcycling) foi mais compreendido no Reino Unido, enquanto os alemães estavam mais familiarizados com os termos “economia circular” e “reutilização”. Além disso, os alemães destacaram a importância da transparência na origem e no impacto ambiental dos ingredientes.

Crescimento do flexitarianismo

A proteína de levedura de cervejaria da Revyve é produzida a partir de subprodutos da indústria cervejeira, enquanto a proteína de levedura de panificação é uma opção sem glúten, derivada de leveduras cultivadas em melaço, um resíduo da indústria do açúcar. Essa proteína tem sabor neutro e é ideal para aplicação em produtos assados.

Em outubro do ano passado, a Revyve firmou seu primeiro acordo de distribuição internacional com a britânica Daymer Ingredients, tornando seus substitutos de ovo acessíveis a fabricantes do Reino Unido. No fim de 2024, a empresa anunciou uma parceria com a Lallemand Bio-Ingredients, do Canadá, para distribuir seus ingredientes alimentares nos Estados Unidos, Canadá e México.

“Em todo o mundo, vemos um crescimento na adoção do flexitarianismo”, afirmou Jordania Valentim, diretora comercial da Revyve. “Essa pesquisa foi projetada não apenas para avaliar a conscientização e aceitação dos europeus em relação às proteínas de levedura como alternativa viável à proteína animal, mas também para entender os fatores que influenciam diferentes populações na escolha de opções proteicas mais sustentáveis e com rótulos limpos. Análises de mercado anteriores identificaram esses três países como os principais mercados europeus para nossos ingredientes.”

Confira a matéria publicada no vegconomist.

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