No cenário contemporâneo de pandemias globais como obesidade, subnutrição e alterações climáticas, uma revisão narrativa publicada na revista Nutrients destaca a importância das dietas à base de plantas como uma abordagem integral para combater essas crises interconectadas. Este artigo analisa os benefícios para a saúde e ambientais proporcionados pelas dietas à base de plantas, os desafios associados a uma mudança para essas dietas e as recomendações para os decisores políticos, visando atualizar as diretrizes dietéticas existentes.

A Síndemia Global

O mundo enfrenta uma “Síndemia Global”, composta por três pandemias: obesidade, subnutrição e alterações climáticas. Enquanto 150 milhões de crianças sofrem de fome em todo o mundo, dois bilhões de pessoas são afetadas pela obesidade. A transição para “dietas ocidentais” com alto teor de sódio, gorduras saturadas, açúcar e carne agravou esses problemas de saúde, levando a diversas doenças não transmissíveis.

A saúde humana também é ameaçada pela perda de biodiversidade, esgotamento de recursos naturais e aquecimento global, colocando em risco a segurança alimentar global e incentivando padrões alimentares prejudiciais.

Variedade de Dietas à Base de Plantas

Diversas dietas à base de plantas (PBDs, em livre tradução do inglês plant-based diets), como pesco-vegetariana, ovo-lacto-vegetariana, vegana, DASH, mediterrânea, novos nórdicos e dietas planetárias, oferecem opções adaptáveis conforme os valores pessoais, preferências e disponibilidade de alimentos. No entanto, a transição para PBDs enfrenta desafios socioeconômicos, destacando a necessidade de políticas de apoio à saúde individual.

Impacto na Saúde e no Ambiente

Estudos indicam que a adoção de dietas à base de plantas contribui para a perda de peso e a redução da adiposidade corporal em comparação com dietas não-vegetarianas. Essa mudança é significativa, pois a obesidade é um fator de risco para doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.

PBDs, como dieta mediterrânea e vegana com baixo teor de gordura, demonstraram reduzir marcadores de doenças cardiovasculares, como colesterol total e lipoproteína de baixa densidade. Embora existam preocupações sobre deficiências nutricionais em PBDs, uma planificação cuidadosa permite alcançar adequação nutricional.

Além dos benefícios para a saúde, PBDs têm um impacto ambiental positivo, reduzindo emissões de gases de efeito estufa, uso de água e uso da terra em comparação com dietas ocidentais.

Acessibilidade e Aceitabilidade

Fatores sociais, culturais, preferências individuais e acessibilidade influenciam as escolhas alimentares. Embora a transição para PBDs possa aumentar custos em países de renda média-baixa, essas dietas são mais facilmente adotadas em países de renda elevada. A aceitabilidade das PBDs varia de acordo com fatores socioeconômicos, éticos e religiosos.

Recomendações para Decisores Políticos

Diante dos desafios, os decisores políticos são incentivados a integrar fatores ambientais e socioculturais nas diretrizes dietéticas baseadas em alimentos (FBDG). Essas diretrizes devem ser desenvolvidas por cada país, considerando a diversidade cultural e socioeconômica. Incentivos fiscais e subsídios podem promover o consumo de alimentos mais saudáveis.

Conclusão do Estudo

A revisão destaca a importância de um diálogo colaborativo entre cientistas, decisores políticos e partes interessadas para desenvolver políticas coerentes que promovam dietas regionais aceitáveis e sustentáveis. A necessidade de enfrentar a “Síndemia Global” requer uma abordagem holística, integrando saúde humana e ambiental para garantir um futuro mais saudável e sustentável para a população global.

Imagem de capa: Unsplash

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Por Nadia Gonçalves em 20 de novembro
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