A Myconeos Limited, uma empresa de biotecnologia do Reino Unido especializada no desenvolvimento de novas cepas de fungos para aplicações alimentares, anunciou uma descoberta revolucionária que pode transformar a produção de queijos veganos, como Brie e Camembert, além de produtos cárneos fermentados.

A empresa desenvolveu uma plataforma de cruzamento natural de cepas fúngicas e conseguiu desbloquear o ciclo sexual do Penicillium camemberti, o fungo utilizado na produção dos queijos Brie e Camembert. Essa descoberta, anteriormente considerada impossível, permitirá à Myconeos criar cepas aprimoradas de Penicillium camemberti pela primeira vez.

O professor Paul Dyer, CTO da Myconeos, explica que essa inovação promoverá a diversidade genética dentro da população da cepa, possibilitando uma gama mais ampla de opções de queijos com novos sabores, texturas e cores.

Fechando a lacuna de qualidade

Essa descoberta se baseia no trabalho anterior da Myconeos com o Penicillium roqueforti, cepa utilizada para queijos azuis como Roquefort, Stilton e Gorgonzola. A empresa produziu mais de 250 cepas e selecionou as melhores, lançando a Mycoforti, uma linha de culturas inovadoras de Penicillium roqueforti para queijos lácteos.

“A seleção atual de cepas de Penicillium roqueforti foi feita com base no desempenho em produtos lácteos; estamos trabalhando na criação de novas cepas projetadas para alcançar níveis similares de desempenho em laticínios plant-based”, afirma a Myconeos em seu site.

A empresa está desenvolvendo outras cepas para ampliar a oferta e melhorar a qualidade sensorial e do produto no mercado de queijos maturados com mofo e queijos plant-based.

Parcerias estratégicas

Além disso, a Myconeos está colaborando com parceiros relevantes para identificar e desenvolver cepas que atendam às necessidades de fabricantes e consumidores. Entre os parceiros estão a startup alemã de fermentação de precisão Formo e a empresa britânica de alimentos vegetais VBites.

Fundada em 2018 em Nottingham, a Myconeos obteve financiamento através do Foodsparks, um fundo para startups de tecnologia agroalimentar. Em 2023, a empresa conquistou uma subvenção de £280 mil do Innovate UK Smart Grant. Sua plataforma tecnológica gerou milhares de novas cepas fúngicas com aplicações potenciais em sustentabilidade e saúde, além de se expandir para agri-tech, ciência das plantas e micorremediação.

O professor Dyer compartilha: “Estamos particularmente animados com a criação de novas cepas para aplicações veganas e com a entrega de produtos que fecham a lacuna de qualidade no setor de laticínios veganos. Estamos agora investigando a genética do processo de acasalamento.”

Confira a matéria publicada na vegconomist.

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