Cientistas da Universidade Mahidol, na Tailândia, criaram uma nova alternativa ao couro feita de abacaxi, que se destaca por suas propriedades de resistência e sustentabilidade.

O material biológico é produzido a partir de fibras das folhas de abacaxi, extraídas mecanicamente de folhas de abacaxi descartadas. Essas fibras são divididas em dois grupos: algumas são tratadas com hidróxido de sódio, enquanto outras permanecem sem tratamento. As fibras são transformadas em folhas não tecidas e revestidas com látex natural composto, antes de serem tratadas termicamente e comprimidas. O material pode ser tingido com corantes naturais como cenoura, chá vermelho tailandês e borras de café.

Após o desenvolvimento do couro de abacaxi, um estudo publicado na revista Sustainability analisou suas propriedades de tração, resistência ao rasgo e dureza. Os resultados indicam que a resistência à tração do material não difere significativamente do couro bovino e supera muitas alternativas ao couro sem origem animal, incluindo PU e materiais à base de fungos.

O estudo também testou a proporção ideal de fibras de folha de abacaxi para látex natural, descobrindo que alternativas de couro feitas com uma proporção de 50:50 eram as mais satisfatórias. A variante feita com fibras tratadas apresentava as melhores propriedades, sendo mais macia e com maior extensão na ruptura. A adição de um promotor de adesão melhorou significativamente as curvas de tensão-deformação do material.

“Sustentável e economicamente viável”

Esta não é a primeira alternativa ao couro feita com subprodutos de frutas reciclados; já existem materiais no mercado feitos de resíduos de maçã, abacaxi e banana. No entanto, muitos desses materiais não são totalmente biodegradáveis, contendo pequenas quantidades de aditivos sintéticos. Em contraste, o couro de abacaxi da Universidade Mahidol é inteiramente biológico e livre de plástico.

Um relatório publicado em 2022 indicou que o mercado global de alternativas ao couro à base de biológicos crescerá com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 47,5% no período de previsão de 2021-2027. As preocupações com o impacto ambiental do couro convencional são o principal motor, com a adoção crescente de alternativas ao couro por fabricantes de automóveis apresentando uma oportunidade de rápido crescimento.

“Esta pesquisa apresenta uma alternativa sustentável e economicamente viável ao couro tradicional, com potencial para revolucionar a indústria do couro e contribuir para um futuro mais ecológico,” afirma o estudo da Universidade Mahidol.

Confira a matéria publicada na vegconomist.

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