Já pensou em ter carne vegana em cortes inteiros?
Bem-vindo a 2020, o ano onde você tem infinitas possibilidades de encontrar inúmeras alternativas alimentares à base de plantas. Certamente, há quem torça o nariz quando se fala em carnes de cogumelos, mas essa promete ser uma agradável viagem de aventura pelo mundo vegano.
Embora os vegetarianos e veganos desfrutem de deliciosas refeições à base de plantas, há também um senso crescente dos benefícios à saúde de reduzir ao máximo o consumo de carne animal.
Além disso, é tempo de aumentar a conscientização sobre as mudanças climáticas e o efeito que a produção de carne tem sobre o meio ambiente, e essas motivações estão levando cada vez mais pessoas a experimentar uma vida com refeições sem carne.
Por que é um importante mercado?
Primeiramente, para quem é da turma que ama bacon e bife e tem dificuldades em reduzir o consumo de produtos de origem animal, a tendência é de deslizar produtos veganos logo para a esquerda. Mas a promessa das carnes veganas em cortes inteiros é de que vale a pena dar uma chance e o match poderá surpreender.
Muitas empresas sabem que, como num primeiro encontro, uma boa experiência com alimentos veganos pode levar a uma vida inteira de amor, e por isso, as criações a alternativas à carne não param de crescer.
Assim, há mais opções do que nunca, incluindo alimentos veganos inovadores e carnes sem produtos de origem animal, destinadas a imitar a versão tradicional. Indústrias e restaurantes, de pequenas lanchonetes a redes nacionais, estão entrando nessa tendência, despertando a curiosidade e a vontade das pessoas de experimentar alimentos veganos.
Portanto, é um mercado aquecido, em pleno processo de expansão, e com tendência de crescimento quase infinito.
O que há de novo?
Até o momento, carnes à base de plantas, como as inúmeras opções de hamburguers, se limitaram a produtos moídos por causa da falta de uma estrutura consistente, similar à carne animal. Mas essa limitação está com o tempo contado.
A Atlast Food Co. recentemente anunciou o lançamento, ainda em pequena escala, do bacon vegano feito a partir de cogumelos. A startup americana de tecnologia de alimentos desenvolve ingredientes estruturais à base de cogumelos para produtos alternativos à carne animal.
A plataforma patenteada da empresa Ecovative usa um super ingrediente natural, chamado micélio, para cultivar fibras ricas em nutrientes que replicam as texturas e a sensação do bacon na boca.
Criada em 2018 devido à necessidade de estrutura para elaborar alternativas sustentáveis, a missão da empresa é reduzir a poluição ambiental da agricultura industrial e promover o futuro de alternativas sem carne. Além disso, há o desejo de reduzir significativamente a carga da agricultura animal no planeta.
Como são as carnes veganas em cortes inteiros?
A Atlast usa o amplo conhecimento da Ecovative, uma empresa de tecnologia que pesquisa o cultivo do micélio, estrutura radicular dos cogumelos, e desenvolve materiais para substituir o plástico e reduzir o abate de animais.
O uso dessa tecnologia permite cultivar fibras ricas em nutrientes que replicam as “texturas e sensações de carne na boca”. Atualmente, a Atlast trabalha com a consultoria de inovação Mattson para aperfeiçoar o sabor do bacon sem carne, além de ajudar a comercializar o produto.
A empresa está desenvolvendo uma verdadeira experiência em alimentos à base de cultivo de micélio, de onde será possível produzir cortes de carnes veganas como o bacon, o frango e bifes.
Ressalta-se ainda, que o mercado de carnes vale cerca de US $ 9 bilhões, e há uma grande oportunidade quando se trata de bacon vegano. Tudo isso por que, ainda não houve avanço suficiente no desenvolvimento de um produto que agrade também aos consumidores de carne.
O que esperar dessa tecnologia?
Usualmente, no processo de criação de carnes veganas as empresas usam grãos processados – como lentilha, feijão, ervilha, soja ou trigo – para elaborar produtos alternativos à carne, como pepitas, salsichas e hambúrgueres.
Essa inovadora tecnologia permitirá que sejam criados novos produtos, a partir de cortes inteiros. Então, outras marcas também poderão explorar todas as possibilidades, e oferecer opções diferenciadas para esse mercado.
O método de cultivo da Atlast utiliza um processo chamado fermentação em estado sólido. As fibras do micélio crescem imitando as de tecido muscular animal, para que se assemelhem à textura de cortes inteiros.
Como é o processo?
Os cogumelos selecionados são semeados em bandejas e colocados em fazendas verticais, que estimulam condições de crescimento subterrâneo. Em apenas nove dias o micélio está pronto para ser usado.
O cultivo pode ser feito em texturas diversas e a estrutura cresce em blocos gigantes que podem ser cortados de acordo com a preferência e o produto que será criado.
Enfim, com esse processo a startup pretende produzir carnes veganas em cortes inteiros e impedir que cargas de gases de efeito estufa entrem na atmosfera.
Gostou dessa novidade? Leia mais sobre carnes à base de plantas e conheça as tendências desse mercado para a América do Sul.