O Bezos Earth Fund anunciou a criação do Bezos Centre for Sustainable Protein na National University of Singapore (NUS), sua primeira iniciativa desse tipo na Ásia. O centro, que recebeu um investimento de US$ 30 milhões, terá como foco a pesquisa sobre proteínas sustentáveis e o desenvolvimento de alternativas proteicas para o mercado da região.

Entre as principais áreas de atuação do centro estão a fermentação de biomassa, que utiliza resíduos, como os subprodutos do tofu, para alimentar algas e produzir proteínas de alta qualidade. Essa iniciativa faz parte de uma rede global de centros de pesquisa financiados pelo fundo de Bezos, que já conta com unidades no Imperial College London, no Reino Unido, e na North Carolina State University, nos EUA.

O presidente da NUS, professor Tan Eng Chye, destacou a importância da cooperação entre pesquisadores, governos e a indústria para enfrentar os desafios do sistema alimentar global. “A demanda crescente por carne exerce uma enorme pressão sobre o nosso sistema alimentar, e é urgente desenvolver soluções sustentáveis.”

Com sede na Ásia, o centro visa fomentar a inovação e a colaboração para garantir o avanço de alternativas proteicas que possam ser acessíveis tanto para a indústria quanto para os consumidores da região.

Sir Andrew Steer, presidente e CEO do Bezos Earth Fund, ressaltou a relevância da Ásia para o futuro das proteínas sustentáveis, afirmando que “Singapura está na vanguarda”, destacando o impacto que a região pode ter em sistemas alimentares globais, especialmente no Leste e Sudeste Asiático, com sua grande base de consumidores.

Pesquisa e cooperação em destaque

O centro será liderado por 23 pesquisadores de instituições como a NUS, Nanyang Technological University, Singapore Institute of Technology e ETH Zurich. Suas pesquisas explorarão tecnologias como microalgas e carne cultivada em laboratório, buscando criar produtos proteicos híbridos que possam competir com a carne tradicional em sabor e custo. Além disso, serão conduzidos estudos sobre nutrição, segurança alimentar e aceitação do consumidor, com o objetivo de acelerar a adoção dessas alternativas.

O professor Zhou Weibiao, chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da NUS e diretor interino do centro, comentou que a NUS está bem posicionada para sediar o projeto, destacando a vasta experiência da universidade em pesquisas e parcerias no desenvolvimento de proteínas alternativas.

O centro também trabalhará em conjunto com parceiros industriais e agências governamentais para comercializar suas inovações, promovendo a produção sustentável de alimentos em toda a Ásia.

Uma estratégia global para a sustentabilidade alimentar

O estabelecimento de centros de pesquisa em proteínas sustentáveis faz parte de uma estratégia global do Bezos Earth Fund para transformar os sistemas alimentares. Em março de 2024, o fundo destinou US$ 60 milhões para criar centros focados nesse tipo de pesquisa. Em maio, US$ 30 milhões foram concedidos à North Carolina State University para estabelecer um centro de biofabricação de proteínas alimentares sustentáveis. Com o novo financiamento para a NUS, o total de investimento nessas iniciativas atinge agora US$ 100 milhões.

Andy Jarvis, diretor do Future of Food no Bezos Earth Fund, afirmou que o centro da NUS é pioneiro em soluções como a conversão de resíduos de tofu em proteínas de alta qualidade, seguindo princípios da economia circular. Segundo ele, esse centro, aliado a outros polos de pesquisa de proteínas sustentáveis, será crucial para promover mudanças significativas, atendendo tanto às metas de sustentabilidade quanto às demandas dos consumidores.

O Good Food Institute (GFI) também colaborou na definição da estratégia do fundo para proteínas alternativas. Mirte Gosker, diretora do GFI APAC, enfatizou o enorme potencial para uma transformação do sistema alimentar na Ásia, devido ao aumento na demanda por carne no continente mais populoso do mundo.

Confira a matéria publicada na vegconomist.

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