O algodão cultivado produzido pela startup americana GALY deve ser utilizado comercialmente pela primeira vez em breve, após a empresa firmar acordo com a Suzuran Medical Inc.

A Suzuran utilizará o algodão, cultivado a partir de células em um biorreator, para fabricar produtos médicos, como gaze, algodão absorvente, além de lençóis e algodão cosmético.

Essa parceria está avaliada em US$50 milhões e terá duração de dez anos, iniciando quando a GALY lançar sua primeira instalação comercial. Contudo, é provável que isso aconteça apenas daqui a alguns anos.

Além disso, a GALY tem atraído grande atenção dos investidores, recebendo investimento de empresas como Brinc, Agronomics, Babel Ventures, entre outras.

Algodão cultivado

A produção convencional de algodão apresenta várias questões ambientais e éticas. Estima-se que sejam necessários cerca de 2.700 litros de água para produzir uma camiseta de algodão, além de ocupar uma extensão de 35 milhões de hectares de terra em todo o mundo. Além disso, o setor enfrenta problemas como a utilização de práticas antiéticas, incluindo escravidão e trabalho infantil.

Por outro lado, o algodão cultivado oferece uma solução sustentável, pois possui uma cadeia de abastecimento transparente, não necessita de pesticidas ou inseticidas e pode ser cultivado em qualquer época do ano. Além disso, o algodão cultivado é menos suscetível aos efeitos das mudanças climáticas em comparação com o algodão convencional.

Com base no sucesso de sua inovação, a GALY está planejando desenvolver alternativas sustentáveis para outros materiais. A empresa afirma que já concluiu mais duas provas de conceito, mas essas informações estão sendo mantidas em segredo.

De acordo com Luciano Bueno, fundador e CEO da GALY: “Estou extremamente empolgado em anunciar nosso acordo de mais de US$ 50 milhões como parte de nosso relacionamento de longo prazo com a Suzuran, líder mundial em aplicações de algodão medicinal. Sou muito grato pelo que nossa equipe conseguiu alcançar e por Suzuran por fazer parte dos ‘loucos’, porque as pessoas que são loucas o suficiente para pensar que podem mudar o mundo são as que o fazem.”

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Imagem ilustrativa de capa: Divulgação GALY

Por Ana Cristina Gomes em 13 de julho
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