As empresas Umaro Foods e Sway, da Califórnia, foram contempladas com um subsídio de US$ 1,5 milhão do Departamento de Energia dos EUA (DOE) para impulsionar inovações em materiais à base de algas.
O financiamento, parte do programa Mixed Algae Conversion Research Opportunity (MACRO), será usado para converter alginato, um subproduto da produção de proteínas de algas, em bioplásticos sustentáveis.
Parceria estratégica e objetivos
A parceria une as especialidades das duas startups. A Umaro, que extrai proteínas de algas para alimentos à base de plantas, como seu bacon feito de alga vermelha, utiliza um processo que gera resíduos ricos em alginato. Esses resíduos serão reaproveitados pela Sway, que desenvolve bioplásticos compostáveis por meio de sua tecnologia TPSea™.
O objetivo do projeto é enfrentar dois grandes desafios ambientais: reduzir a dependência de combustíveis fósseis e minimizar os impactos causados pela agricultura intensiva. As algas marinhas, reconhecidas por seu crescimento rápido e baixa demanda de recursos, também ajudam a melhorar a qualidade da água e promovem biodiversidade marinha, tornando-se uma matéria-prima promissora para bioplásticos.
Benefícios duplos das algas
Beth Zotter, CEO da Umaro, destacou a versatilidade das algas em enfrentar problemas globais. Segundo ela, o projeto criará valor ao utilizar um único recurso de forma ampla, beneficiando os produtos de ambas as empresas. “Com a química certa, as algas têm um enorme potencial para resolver dois problemas simultaneamente: a demanda por materiais e proteínas sustentáveis”, afirmou Zotter.
Enquanto isso, a Sway está utilizando sua resina TPSea™, um material à base de algas compatível com a infraestrutura de fabricação existente. Atualmente, a tecnologia está sendo testada na indústria da moda para embalagens compostáveis, com planos de expansão para formatos flexíveis e rígidos, setores que dominam o consumo de plásticos derivados de petróleo.
Julia Marsh, CEO e cofundadora da Sway, destacou como o projeto pode reduzir custos e ampliar o acesso aos materiais. “Com o suporte do DOE, planejamos aprimorar o desempenho dos nossos materiais para categorias desafiadoras de embalagens essenciais, ajudando a evitar a poluição plástica enquanto aproveitamos o alginato excedente da Umaro”, explicou Marsh.
Vantagens funcionais do alginato
O alginato, extraído de algas marrons, oferece propriedades como formação de géis e estabilidade, que aumentam a resistência mecânica e a flexibilidade dos bioplásticos. Isso permite que os materiais da Sway sejam integrados a processos de fabricação tradicionais, oferecendo uma alternativa mais sustentável.
Além dos benefícios ambientais, o projeto busca promover oportunidades econômicas para comunidades costeiras vulneráveis às mudanças climáticas. O avanço das tecnologias à base de algas pode gerar empregos e maior estabilidade econômica nessas regiões.
Zotter ressaltou a inovação do projeto: “Até agora, nenhum processo comercial conseguia gerar esses dois produtos a partir de uma única alga. Estamos animados para colaborar com a Sway e aplicar nossa tecnologia pioneira aos bioplásticos de algas líderes do mercado, enquanto melhoramos a viabilidade econômica de ambos os produtos.”
Confira a matéria publicada no vegconomist.
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