A empresa de biotecnologia holandesa NoPalm Ingredients alcançou um marco inédito no setor ao expandir a produção de seu óleo derivado de fermentação para escala industrial, atingindo 120 mil litros. A produção bem-sucedida foi realizada em parceria com uma Organização de Fabricação Contratada (CMO, na sigla em inglês), comprovando a viabilidade de transformar subprodutos da indústria alimentícia em óleos de qualidade alimentar por meio da fermentação de leveduras.

A iniciativa surge como uma alternativa sustentável ao óleo de palma e outras gorduras tropicais, ajudando a mitigar preocupações com cadeias de abastecimento e impactos ambientais associados à produção tradicional desses ingredientes. Segundo a NoPalm Ingredients, seu processo de fermentação reduz em 90% as emissões de carbono e demanda 99% menos uso de terras em comparação com a produção de óleo de palma.

“Há três anos, estávamos fermentando em pequena escala. Neste verão, atingimos 5.000 litros, e hoje escalamos com sucesso para 120.000 litros. Com a demanda por óleo de palma crescendo cerca de 4% ao ano e a oferta certificada pela RSPO incapaz de acompanhar esse ritmo, a necessidade de alternativas sustentáveis nunca foi tão urgente”, afirmou Lars Langhout, CEO e cofundador da NoPalm Ingredients.

Testes industriais e comercialização

A NoPalm Ingredients agora trabalha com parceiros comerciais para testar seu óleo em aplicações reais na escala industrial. Essa fase será fundamental para garantir contratos e avançar na construção de sua primeira fábrica demonstrativa.

Fundada em 2021 e sediada em Wageningen, a NoPalm Ingredients desenvolve óleos e gorduras a partir da reutilização de subprodutos agroalimentares. Seu processo de fermentação utiliza leveduras não transgênicas e uma tecnologia patenteada de baixo custo de capital (low-CAPEX), projetada para atingir paridade de preço com o óleo de palma. A empresa já captou 5 milhões de euros em investimentos iniciais, considerado o maior financiamento para uma alternativa ao óleo de palma na Europa até o momento.

“Este marco é resultado da dedicação e engenhosidade de nossa equipe. Agora, é hora de aproveitar esse impulso e avançar rumo à comercialização em larga escala”, concluiu Langhout.

Confira a matéria publicada no vegconomist.

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