O Departamento de Energia dos EUA (DOE) anunciou um investimento de mais de US$ 136 milhões em 66 projetos voltados ao desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono em setores industriais críticos. Entre os beneficiados está a indústria de alimentos e bebidas, com iniciativas que buscam reduzir emissões e otimizar processos produtivos.

Esse investimento faz parte do programa Technologies for Industrial Emissions Reduction Development (TIEReD), que apoia pesquisa, projetos-piloto e capacitação para descarbonizar setores de alta demanda energética. Além de alimentos e bebidas, o programa abrange indústrias como química, ferro e aço, cimento, papel e vidro — responsáveis por mais de 75% da energia consumida pela indústria nos EUA.

No setor alimentício, projetos selecionados receberão apoio para desenvolver soluções que diminuam emissões de carbono e consumo de energia, além de melhorar a eficiência e reduzir desperdícios.

Tender Food: US$ 5,4 milhões

Sediada em Boston, a Tender Food recebeu US$ 5.431.018 para criar e escalar um sistema de fiação de fibras de baixo consumo energético para a produção de proteínas vegetais em cortes inteiros. A tecnologia, que será instalada em uma instalação segura para alimentos, promete reduzir significativamente o uso de energia e as emissões de carbono em comparação com métodos tradicionais de produção de proteínas alternativas.

Com essa inovação, a Tender Food pretende reduzir custos, alcançar paridade de preço com carnes convencionais e atender à crescente demanda por alimentos sustentáveis. A empresa afirmou em sua página no LinkedIn: “Estamos entusiasmados em anunciar que o DOE escolheu a Tender para receber US$ 5,4 milhões, acelerando o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e fortalecendo a resiliência e competitividade das cadeias de suprimentos industriais dos EUA. Este financiamento reconhece o potencial revolucionário de nossa tecnologia para moldar o futuro da inovação alimentar.”

Ginkgo Bioworks: US$ 2,4 milhões

Outra empresa de Boston, a Ginkgo Bioworks, recebeu US$ 2.421.994 para desenvolver tecnologia de fermentação de precisão que produz lactoferrina humana (hLF) a partir de fontes de carbono de baixo custo e resíduos reaproveitados. O projeto busca substituir a lactoferrina bovina (bLF) por uma alternativa sustentável e com menores emissões.

A lactoferrina é uma proteína usada em fórmulas infantis por seus benefícios ao sistema imunológico e ao desenvolvimento cerebral. A abordagem da Ginkgo pode melhorar a resiliência da cadeia de suprimentos e reduzir o impacto ambiental dessa proteína ao reaproveitar resíduos e otimizar processos de fermentação.

Universidade Estadual de Michigan: US$ 1,8 milhão

A Universidade Estadual de Michigan foi contemplada com US$ 1.835.288 para desenvolver uma plataforma sustentável de produção de proteínas vegetais. O projeto utiliza fermentação assistida por ultrassom para substituir métodos químicos intensivos em energia no isolamento de proteínas.

A iniciativa adota um modelo de economia circular, reaproveitando resíduos do processamento para gerar energia renovável. Esse sistema visa reduzir emissões de gases de efeito estufa, minimizar o uso de água e diminuir o desperdício na produção de ingredientes alimentícios.

Descarbonizando a indústria dos EUA

Os projetos do setor alimentício integram um esforço maior para descarbonizar indústrias essenciais à economia dos EUA, que juntas somam US$ 27 trilhões ao PIB e empregam cerca de 13 milhões de pessoas.

No caso de alimentos e bebidas, as iniciativas podem impulsionar inovações na produção de proteínas alternativas, reduzir desperdícios e tornar as cadeias produtivas mais sustentáveis.

Jeff Marootian, secretário adjunto do Escritório de Eficiência Energética e Energias Renováveis do DOE, destacou: “Focando em tecnologias inovadoras e otimização de processos nesses setores, os projetos selecionados fortalecem a competitividade e geram impactos positivos nas cadeias de suprimentos de nossa economia.”

Confira a matéria publicada no vegconomist.

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