Um estudo recente realizado por pesquisadores da Northern Arizona University, da Nutritional Research Foundation e da empresa de epigenética TruDiagnostic revelou que mulheres que seguem uma dieta rica em plantas apresentam envelhecimento biológico mais lento e níveis mais baixos de inflamação. Essa dieta, chamada “Nutritariana”, prioriza alimentos ricos em vitaminas, minerais e nutrientes vegetais, como vegetais, feijões, nozes e sementes.

Na pesquisa, foram analisados dois grupos de mulheres: um com 48 participantes que seguem a dieta Nutritariana há mais de cinco anos, e outro com 49 mulheres que seguem uma dieta americana típica, caracterizada por maior consumo de alimentos processados, carne vermelha e maiores quantidades de açúcar e gorduras. Utilizando testes de DNA avançados, os pesquisadores monitoraram marcadores específicos associados ao envelhecimento e inflamação para avaliar como esses padrões alimentares impactam a saúde a nível celular.

Os resultados sugerem que a adesão de longo prazo a essa dieta pode ser benéfica para o envelhecimento e para o controle da inflamação, corroborando estudos anteriores, como o Stanford Twin Study, que também envolveu a TruDiagnostic e mostrou que uma dieta vegana pode melhorar certos marcadores de envelhecimento celular em apenas oito semanas. Outro estudo, com duração de oito anos e quase 13 mil participantes em Taiwan, também concluiu que uma dieta saudável plant-based retarda o envelhecimento do corpo.

Principais descobertas

  • Envelhecimento biológico mais lento: As mulheres na dieta Nutritariana apresentaram um ritmo mais lento de envelhecimento biológico em comparação com aquelas na dieta americana padrão, segundo medições pelo relógio epigenético DunedinPACE. Esse instrumento avalia a saúde celular e mudanças de DNA relacionadas à idade, sugerindo que essas mulheres podem ter uma expectativa de vida mais saudável e prolongada.
  • Níveis mais baixos de inflamação: As seguidoras da dieta Nutritariana registraram níveis menores de inflamação crônica, com pontuações reduzidas nos índices Empirical Dietary Inflammatory Pattern (EDIP) e Dietary Inflammatory Index (DII), além de níveis mais baixos de proteína C-reativa (CRP), marcador associado à inflamação e saúde cardíaca. Estes índices indicam um risco reduzido de doenças inflamatórias crônicas.
  • Melhoria nos indicadores de saúde cardiovascular e metabólica: O grupo Nutritariano apresentou níveis mais saudáveis de colesterol LDL, glicose no sangue e índice de massa corporal (IMC). Estes marcadores estão frequentemente ligados a menores riscos de doenças cardiovasculares e diabetes, apontando para uma saúde metabólica e cardíaca melhorada entre as adeptas da dieta.
  • Benefícios ao sistema imunológico: As mulheres na dieta também mostraram um equilíbrio mais favorável de células imunológicas, com níveis mais baixos de neutrófilos inflamatórios e níveis mais altos de células T regulatórias, que ajudam a controlar a inflamação. Esse perfil imunológico pode indicar menor risco de condições ligadas a disfunções imunológicas, como doenças cardíacas e autoimunes.
  • Vias de IGF e envelhecimento: As participantes apresentaram níveis mais baixos de marcadores relacionados à via do fator de crescimento semelhante à insulina (IGF), que influencia o crescimento celular e está ligado a riscos de envelhecimento e câncer. A menor sinalização do IGF sugere benefícios potenciais para o envelhecimento e prevenção do câncer.

Implicações ampliadas

De modo geral, os resultados indicam que a adesão a longo prazo a uma dieta rica em nutrientes e focada em vegetais pode ajudar a retardar o envelhecimento e reduzir a inflamação, potencialmente levando a anos mais saudáveis e a um menor risco de doenças relacionadas à idade. Esses achados fortalecem a evidência crescente de que dietas plant-based são benéficas para o controle da inflamação, do metabolismo e dos processos naturais de envelhecimento do corpo. Estudos futuros devem investigar quais alimentos específicos da dieta Nutritariana oferecem maiores benefícios para o envelhecimento e a inflamação.

A Dra. Deana M. Ferreri, principal autora do estudo, comentou: “Esses achados sugerem que a dieta Nutritariana não apenas reduz marcadores inflamatórios, mas pode também retardar processos biológicos associados ao envelhecimento. Esta pesquisa está em linha com a crescente evidência do papel das dietas ricas em plantas na promoção da saúde a longo prazo.”

Confira a matéria publicada no vegconomist.

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