O veganismo está realmente trazendo grandes oportunidades. A indústria de alimentos veganos gerou mais de 60 mil empregos em 2016. Essas oportunidades de empregos geraram um total de US $ 3,6 bilhões em renda a cada ano. Na atual taxa de crescimento, a indústria de alimentos à base de plantas pode trazer mais de 2.000 empregos à economia a cada ano.

De acordo com o autor do relatório “Os alimentos à base de plantas Contribuição da Indústria para a economia dos EUA“, Jon Haveman, da Marin Economic Consulting: “A indústria de alimentos baseada em plantas é uma indústria em rápido crescimento que cria empregos bons e de alto salário.”

“Além disso, a análise estima que as empresas de alimentos de origem vegetal pagam US $ 1,1 bilhão em impostos federais e estaduais a cada ano, o que representa 20% das receitas da indústria.(…) O relatório prevê que, com as atuais taxas de crescimento, o setor de alimentos de origem vegetal gerará US $ 13,3 bilhões em receita tributária nos próximos 10 anos”

Michele Simon, diretor executivo da Plant Based Foods Association, acrescentou um ponto importante quando se trata de políticas públicas: “Estes novos dados, combinados com recentes pesquisas ambientais mostrando que os substitutos de carne produzem 10 vezes menos emissões de gases do efeito estufa do que produtos similares, apontam por que as políticas públicas devem apoiar a planta em crescimento (…) Alimentos à base de plantas não são ótimos apenas para a saúde econômica do país, eles são melhores para a sua própria saúde e têm uma pegada ambiental mais leve“.

Tem gente abraçando essa oportunidade

Vegano Shoes:

Rosemir Folhas é químico industrial e achou a oportunidade de empreender no veganismo.  “Em 2013, criei a Vegano Shoes, porque não havia no país nenhuma empresa que oferecesse calçados de qualidade que fossem totalmente veganos.”

Segundo ele, o mais importante nesse tipo de calçado é saber a origem do material pois, além de não usar produtos de origem animal, a matéria-prima tem de ser sustentável.

A aceitação tem sido muito boa. A cada dia mais pessoas se tornam veganas ou vegetarianas e estão dispostas a pagar até um pouco mais por um produto que seja realmente sustentável e não gere poluição.”

Ahimsa:

A Ahimsa tem uma história bem inusitada sobre seu surgimento. O Gabriel Silva, dono da marca, começou tendo um sonho de pilotar profissionalmente, mas o destino o surpreendeu.

Com apenas 18 anos, Gabriel já era piloto profissional, mas foi surpreendido aos 21 anos com o diagnóstico de diabetes mellitus, um tipo da doença que requer aplicações frequentes de insulina. Dessa forma, ele se viu buscando uma nova alimentação (virando vegetariano) e felizmente, buscando um novo rumo profissional.

Inspirado na história do seu pai, dono de uma empresa agenciamento de calçados, e na falta de opções de calçados veganos no mercado, e criou a Ahimsa. E assim surgiu (resumidamente) a primeira fábrica de calçados veganos.

Decidi criar a marca no exato instante em que conheci o nome ‘Ahimsa’, um termo milenar  hindu que significa ‘não fazer mal’. Se uma pessoa que conhece o termo souber que tem uma marca de sapatos com este nome, a mensagem está transmitida instantaneamente. E quem não conhece, por ser um nome tão diferente, vai querer ler mais sobre”, conta Gabriel.

Açougue Vegano:

Após ganhar o prêmio de melhor coxinha do ano, concedido pela Sociedade Vegetariana Brasileira à criação dos alunos de graduação em gastronomia Celso Fortes e Michelle Rodriguez, essa dupla abraçou a oportunidade e viu a chance de lançar o Açougue Vegano, no Rio de Janeiro.

“Criamos uma receita de coxinha de jaca e participamos do concurso. Com o prêmio, resolvemos ampliar o cardápio e levar o projeto do açougue à frente”, diz Celso. “No primeiro dia de operação vendemos todo o estoque que havíamos preparado para um mês. Em dez horas liquidamos 1.100 coxinhas de jaca, centenas de hambúrgueres de shimeji e shitake, espetinhos de soja, entre outras iguarias”, conta.

O sucesso foi tanto que a sua equipe triplicou! Provando mais uma vez que o veganismo está trazendo oportunidades de empregos para o país.

Celso é publicitário há muitos anos, e disse que esse insight ocorreu durante uma conversa na bancada da cozinha da faculdade. “Michelle comentou sobre a dificuldade que os adeptos do veganismo têm para encontrar alimentos saborosos. A ideia foi tão irresistível que comprei o domínio www.acouguevegano.com.br assim que cheguei em casa.”

Hoje, 50% das pessoas que frequentam o açougue não são veganas e nem vegetarianas, o que achamos muito legal. É interessante que todos tenham essa experiência algumas vezes por semana, faz bem para a saúde e para o ambiente”, ressalta.


Lola Cosmetics:

“Quando alguém opta por cosméticos veganos deixa de contribuir indiretamente para criação de animais que são destinados a viver como cobaias em testes extremamente nocivos, além da própria exploração animal para a obtenção das matérias-primas. Se esses cosméticos forem orgânicos, fazer o uso deles é sinônimo de menor impacto socioambiental.” – Renata Lima, química responsável pela Lola Cosmetics

A Lola Cosmetics é uma marca nacional com muita força quando se trata de cosmética e veganismo. A empresa abusa das hashtags #crueltyfree e #govegan para levantar a essa causa, e claro, se mostrar como uma opção para quem é contra testes em animais.

Bruna Tavares é dona de um grande blog feminino brasileiro, o Pausa para Feminices. Para a blogueira “hoje, o mercado internacional está muito completo nesse sentido; o nacional ainda está aprendendo a entender a importância dessa ideologia. Muitas marcas já fazem questão de buscar o veganismo nos produtos e acho que esse é o futuro dos cosméticos”

O segmento de cosméticos é outro que ganha muita força junto com o veganismo. Não são mais apenas os veganos, cada vez mais a população está consciente de que testes em animais não são necessários.

Quando estamos falando sobre o mercado vegano, podemos falar sobre roupas, cosméticos, alimentos, produtos de limpeza, entre outras tantas oportunidades. O veganismo realmente veio para trazer grandes oportunidades de empregos e melhorar na economia. Sem contar que com novas startups surgindo, podemos ver o crescimento dessa causa, o que é incrível!

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Por Lari Chinaglia em 12 de dezembro
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