A popularidade do veganismo e do vegetarianismo não para de crescer. E se você está de olho nesse promissor mercado, é importante compreender do que se trata e se familiarizar com os termos utilizados.
Neste artigo, exploramos as semelhanças e diferenças entre os dois, uma vez que é comum haver confusão. Também trazemos uma breve discussão sobre o mercado de produtos e serviços para atender a estes públicos.
E para começar, história e conceito
Longe de ser um fenômeno novo, o vegetarianismo tem uma história extensa, diversificada e tem sido preservado na maioria das culturas desde o início dos tempos.
De antemão, sua história inclui personagens e eventos clássicos e é evidente em culturas por todo o mundo, considerando que uma dieta amplamente vegetariana sustenta a humanidade há milhares de anos, seja por razões morais, religiosas ou econômicas.
Na antiga tradição grega de Pitágoras (580 aC), além da prevenção da crueldade animal, que estabeleceu o vegetarianismo como um modo de vida, ele também já visualizava as vantagens de uma dieta sem carne para a saúde.
Agora, com o crescimento da população global e o aumento da demanda por recursos naturais, o vegetarianismo mostra o caminho a seguir para a sustentabilidade da história ainda por vir.
De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira, um vegetariano é alguém que não come carne, aves, peixe, marisco ou subprodutos do abate de animais.
Nesse contexto, dietas vegetarianas contêm variadas frutas, vegetais, grãos, leguminosas, nozes e sementes. A inclusão de laticínios e ovos depende do tipo de dieta, e é aqui que geralmente reina a confusão.
Os tipos mais comuns de alimentação vegetariana são:
- Ovolactovegetariano: evita toda a carne animal, mas consomem laticínios e ovos.
- Lactovegetariano: evita carne e ovos de animais, mas consomem laticínios.
- Ovovegetariano: evita todos os produtos de origem animal, exceto os ovos.
- Vegetariano estrito: evita todos os animais e produtos derivados de animais.
Ainda, há outras variações alimentares que geram confusão, por exemplo, a pessoa que não come carne ou aves, mas consome peixe é considerada pescetariana, enquanto a pessoa que exclui a carne em um ou alguns dias da semana ou em meio período é frequentemente referida como flexitarista ou flexitariana.
É importante ressaltar que, conceitualmente, uma pessoa pescetariana ou flexitariana consome carne de animais, deste modo, sua opção tecnicamente não se enquadra na definição de vegetarianismo, mas ela se beneficia do mercado que lhe oferece opções de alimentos à base de plantas.
E o vegano?
Este é definido pela Sociedade Vegana do Reino Unido como o adepto ao modo de vida que tenta excluir ao máximo possível todas as formas de exploração e crueldade animal, não só da alimentação, como também de todas as áreas de consumo.
Desse modo, optam por renunciar a laticínios e ovos, além disso, evitam consumir qualquer produto ou subproduto que envolva exploração animal, seja para comida, roupas, ciência ou entretenimento, independentemente das condições em que os animais são criados ou alojados.
Em suma, a diferença está na opção por consumir, ou não, serviços, produtos ou subprodutos que envolvam a exploração animal, além da alimentação propriamente dita.
Relação com o mercado de produtos e serviços
Embora ambos optem por evitar produtos de origem animal por fins semelhantes, quando a opção se estende para outros itens de consumo que vão além da alimentação isso impacta diretamente o mercado.
O veganismo ainda é considerado um estilo de vida fortemente ancorado nos direitos dos animais. Por esse motivo, produtos veganos também devem ser isentos de materiais como seda, lã, couro ou camurça.
Além disso, na hora de escolher fornecedores preferir empresas que não testam seus produtos em animais, e obviamente garantir meios sustentáveis de produção, embalagem e venda . Também é bom evitar circos, zoológicos, rodeios, corridas de cavalos e quaisquer outras atividades que envolvam o uso de animais para entretenimento
Portanto, o mercado para atender a demandas de vegetarianos teoricamente se restringe à alimentação. Em contrapartida, a demanda vegana se expande para todos os itens de consumo humano, incluindo alimentação, produtos e serviços.
Logo, produtos e serviços veganos são adequados para todos os públicos, incluindo indivíduos que optam por alimentação baseada em plantas, pescetarianos e flexitarianos, mas o inverso não é verdade.
No Brasil, ainda não há consenso quanto as exigências para classificar os produtos à base de vegetais e, por enquanto, a lei brasileira não dispõe de normas específicas para essa classificação. Porém, a Sociedade Vegetariana criou o programa de certificação “Certificado Produto Vegano SVB”, que concede a diversos produtos, incluindo alimentos, cosméticos, higiene, limpeza etc., um selo confiável e reconhecido nacionalmente.
Enfim, o que os consumidores buscam é a confiança na origem dos produtos e serviços que consomem. Bem como, a projeção e identificação da marca com seus ideais éticos e correspondência de valores.
Esclarecidas as diferenças entre vegetariano e vegano? Para conquistar estes públicos o caminho é oferecer qualidade em itens condizentes com suas escolhas, postura ética e estilo de vida.
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