Em um mundo forçosamente mais consciente por diversas razões, sejam elas ambientais, climáticas, ligadas à saúde individual ou, ainda, à própria qualidade de vida da população em geral, o consumo mais equilibrado e selecionado de alimentos, assim como a busca por orgânicos e uma maior consciência em relação à preservação dos animais têm crescido de forma significante, atribuindo aos produtos características mais naturais por aumento dessa demanda.
No mundo da beleza, especialmente no segmento da cosmetologia não tem sido diferente. Itens como maquiagem, desodorantes, shampoos, condicionadores, hidratantes e todos os tipos de cosméticos em geral passaram a ser fabricados por diversas marcas conhecidas sob a conceituação vegana, ou seja, não sendo mais testados em animais e, ao contrário, passando a defender fortemente a não utilização de ingredientes provenientes desta origem.
Cosméticos dessa linha se encontram em forte ascensão, o que deriva principalmente de uma projeção de hábitos da Geração Millenium, fortalecida pelo aumento da já citada conscientização global sobre saúde e bem estar, com a expectativa de se atingir o volume crescente de, partindo de USD 12,9 bilhões em 2017, para USD 20,8 bilhões até 2025, a uma taxa de crescimento anual de 6,3%, segundo anunciado pelo último relatório da Grand View Research, Inc.
Além das questões em pauta acerca do aumento da consciência ambiental e demais itens afetos, muitas empresas ao longo do planeta, entenderam a importância da adoção de produtos livres de características animais em razão de suas propriedades de maior grau de pureza, de maior capacidade de cura, mais benéficas ao organismo e de maior suavidade à pele, além da simples adoção de algumas substâncias como a Aloe Vera, por serem amplamente preferidas pelos consumidores em alguns países como no Brasil.
Desses hábitos regionais, bem como do desejo crescente por produtos considerados mais puros, naturais e “livres de crueldade” (não testados em animais), aliados a já mencionada maior conscientização sobre saúde e bem-estar e ao meio ambiente, segundo o relatório acima referido, imagina-se que somente nos Estados Unidos, o mercado de cosméticos vegano deva ultrapassar USD 3,16 bilhões até 2025.
Uma importante distinção para que se entenda bem esse mercado vem a ser a diferença entre o que são os conceitos de vegano e de cruelty-free, para os quais, inclusive, foram criados selos específicos para diferenciar seus dois processos.
Os produtos veganos não usam nenhum ingrediente de origem animal, como cera de abelha, ovos, mel, lanolina ou corantes oriundos de insetos em seus processos produtivos.
No caso dos cruelty-free, os mesmos não testam seus produtos em animais. Aqui, entretanto, cabe uma importante ressalva. Da mesma forma como aprendemos muitos anos atrás a ler rótulos de alimentos e nos acostumamos a entender conceitualmente os parâmetros do que são carboidratos, as quantidades certas de açúcar no pão que consumimos e etc, agora estamos diante do aprendizado do verdadeiro cruelty-free. Por exemplo, testando e entendendo se o produto Chinês dito cruelty-free de fato é ou não, posto ser lá justamente onde diversas marcas se dizem estar e onde os testes serem exigidos legalmente, com exceção de Hong Kong. Assim, é justamente o momento de intensificar o questionamento acerca da dita severidade legal local e pressupor que o selo não é confiável, a depender da sua fonte fornecedora e de garantias de transparência no processo produtivo.
Não resta dúvida, porém, que as marcas que atualmente unem os dois conceitos, vegan e cruelty-free, conseguem atingir essencialmente o melhor das duas filosofias ao transmitir mais do que inovação e maior qualidade a seus clientes, mas expandem benefícios, com louvor, para o campo social coletivo.
Existem ainda outras classificações e selos na mesma linha dos acima apresentados:
Selo mais popular, criado pelo programa Beauty Without Bunnies do Peta (People for the Ethical Treatment of Animals). Garante ingredientes + produto final cruelty free.
Da organização britânica Cruelty Free International, o selo garante que todos os ingredientes da fórmula e o produto final são livres de testes.
- Not Tested on Animals
Da organização australiana Choose Cruelty Free, certifica produtos e ingredientes 100% livres de testes em animais.
É o selo americano da Vegan Action para produtos livres de matérias-primas de origem animal.
Uma versão britânica do Certified Vegan. Nada de produto animal na fórmula.
É a certificação nacional pra produtos livres de ingredientes de origem animal.
MARCAS
No Brasil, boas marcas podem ser consultadas no Projeto Esperança Animal (PEA) que montou uma lista com marcas nacionais as quais não realizam testes em animais. Marcas internacionais podem ser consultadas no site do People for the Ethical Treatment of Animals (PETA).
- Lush – querida no quesito consumo consciente, pioneira na criação de bombas de sal de banho e shampoos sólidos. 100% são vegetarianos e 83% veganos, cruelty-free,
- Simple Organic – SPFW N43, 100% naturais, opções veganas, linha Organic Makeup e linha Wellness que são 100% veganas, orgânicas e naturais.
- Caudalie – marca orgânica, 95% veganos, as exceções de produtos com proteínas animais são os esfoliantes, shampoos e hidratantes labiais que levam mel e/ou cera de abelha em sua composição.
- Face It – 100% vegana, linha de batons veganos, cruelty free, ingredientes naturais e orgânicos.
- The Balm – 100% cruelty-free, alguns produtos veganos
- Urban Decay – 90% vegana, gama extensa de produtos, intenção de se tornarem 100% livres de testes em animais, o próximo passo de serem 100% veganos.
- BAIMS – 100% veganos, produtos idealizados na Alemanha pela publicitária brasileira Luisa Baims Albrecht, onde são formulados sem qualquer ingrediente de origem animal, ricos em minerais e ativos vegetais vindos da Amazônia, com propriedades anti-idade e clareadoras de manchas.
- Keune – acredita fielmente no conceito vegano, conta com uma extensa gama de produtos dentro da filosofia. Sem sulfato e sem parabenos, evita testes em animais e faz produtos orgânicos.
- Bio Vegan – preza por desenvolver produtos com ingredientes orgânicos, naturais, suaves e nutritivos. Além de não serem testados em animais e não possuem nenhum ingrediente dessa origem em sua composição.
- Bioart – cria makes naturais, orgânicos e veganos, sem nenhum processo químico em toda a cadeia produtiva, desde a extração das matérias-primas até o produto final que chega às mãos do consumidor.
- Organela – todos os produtos são naturais, orgânicos e veganos, não possuem derivados sintéticos, não realizam testes em animais e não utilizam ingredientes de origem animal, além de contar com produtos que vêm de plantação e cultivo sem agrotóxico e sustentável.
- Weleda – uma das pioneiras no mercado com ingredientes naturais e orgânicos, não testados em animais. Nem todos os produtos da Weleda são veganos, mas uma grande parte da cartela disponível já se encaixa nesta filosofia.
- Surya – totalmente vegana, a marca está no mercado há mais de duas décadas. Começando nos produtos de beleza, ampliaram o leque de produtos e agora contam com mais de 200 itens voltados para cabelos, pele e unhas, além de roupas infantis feita com algodão orgânico.
- Granado / Phebo – não disponibilizam selos, mas seus produtos são veganos. A Phebo é uma das poucas marcas nacionais que disponibiliza boa variedade de maquiagem vegan-friendly. Possuem linha própria para animais de estimação.
- Feito Brasil – além de comercializar cosméticos masculinos, a marca trabalha com produtos para cabelos, rosto, corpo, banho e possuem uma linha de perfumes de ambientes. Os ingredientes usados são orgânicos, certificados, veganos e cruelty-free.
- Nubar – focados no conceito de bem-estar e sustentabilidade, a marca é conhecida nos Estados Unidos e na Europa. Tem certificação do PETA e seus produtos são produzidos livres de substâncias nocivas à saúde e ao meio ambiente.
- Cativa Natureza – marca conhecida por seus shampoos, hidratantes capilares, protetores labiais e produtos corporais. Os diferenciais são o gel dental e o BB Cream natural.
- Alva – os produtos não têm ingredientes de origem animal, são orgânicos e naturais. Tem certificado vegan, cruelty-free e orgânico.
- The Body Shop – marca é conhecida por realizar ações contra a violência doméstica, abuso contra mulheres e crianças. Nem todos os produtos são de origem 100% vegetal, mas a grande maioria sim. As linhas que possuem ingredientes de origem animal são: leite de Cabra, Sakura No Ki (extrato de mel), sabonetes artesanais (base animal) e a Stress Away (extrato de mel). Mesmo esses produtos não são testados em animais.
- Lime Crime – famosa por seus batons, é 100% vegana. Pioneira nos batons líquidos de acabamento mate, os pigmentos caíram no gosto da mulherada por sua variação de cores e duração resistente.
- Zoeva – marca alemã tem todos os pincéis possíveis e imagináveis sintéticos e veganos usados por maquiadores famosos. A qualidade é uma marcas registradas da grife.
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