Quem nunca se deparou com uma charge comparando um filhote na loja com um preço altíssimo com um cachorro de rua pedindo por um lar? Fora outras imagens que são compartilhadas na internet que nos fazem refletir bastante. Ainda assim, muita gente escolhe a venda de animais a adoção. Há muito tempo ativistas se unem para falar das causas animais e dos perigos que a comercialização deles gera. E pouco a pouco estamos vendo um avanço.

Recentemente no Brasil tivemos uma novidade importante que mostra o avanço que estamos conseguindo nesse movimento. A maior rede de pet shop do nosso país anunciou o fim da venda de animais.  

A história começou com Luisa Mell, uma grande ativista nacional e uma das veganas brasileiras mais seguidas no Instagram. Mais uma vez ela levou a tona a verdade sobre a comercialização de pets. Em 13 de fevereiro de 2019, Luisa salvou mais de 1700 cachorros do canil Céu Azul que atuava de forma irregular e com maus-tratos aos animais. Esse canil era um dos fornecedores de animais da Petz, que alguns dias depois resolveu se pronunciar sobre o caso.

“O grupo Petz decidiu não vender mais filhotes em suas 82 lojas em todo o país. A partir de agora, a rede de pet shop só terá cães e gatos para adoção em parceria com ONGs do projeto Adote Petz”, diz a nota da assessoria de imprensa.

A empresa ainda não se pronunciou sobre a venda de aves e peixes, mas já temos um começo. A notícia já é excelente e muito bem vinda. Precisávamos de ações como essas. Não faz nenhum sentido vendermos vidas, não é mesmo?

A realidade da venda de animais é muito cruel

Não é apenas no canil clandestino Céu Azul que os animais sofrem de maus-tratos. Quando um animal é levado para um canil, ele está destinado a procriar quantas vezes forem necessárias para gerar filhotes. Os filhotes são retirados das mães e levados para lojas, onde ficam expostos esperando pela venda.

Não é difícil imaginar que quem vende animais de estimação está pensando no lucro que eles podem gerar. Assim, também não é difícil perceber que nem todos os criadores terão cuidados com os pets. Como resultado disso, temos diversos cães, gatos, aves, peixes e diversos outros animais sofrendo de maus-tratos e muita crueldade.

Muitas fêmeas são obrigadas a procriar até ficarem doentes e não conseguirem mais gerar novos filhotes. E quando não são mais “úteis”, são descartadas. Esse tema é bastante pesado mesmo (e isso porque eu deixei bem resumido e sem detalhes piores).

Precisamos de mais leis

Enquanto a venda de animais não for totalmente proibida e a mentalidade da população sobre isso não mudar, ainda precisaremos lutar. Enquanto isso não acontece, algumas leis ou projetos já contribuem para o fim dessas vendas.

Projeto de lei

Em 2018, o senador Rudson Leite, do Partido Verde de Roraima, fez seu projeto de lei para proibir a venda de animais nas ruas.  Está longe de ser a melhor solução, afinal como vimos no caso da Petz, grandes lojas também contribuem para a crueldade. Mas de qualquer forma, é um começo.

Facebook já não permite a venda de animais

No Facebook é possível ver as novidades da sua família e amigos, compartilhar os melhores memes e comprar quase tudo que você quiser. Uma das coisas que são proibidas são animais.

A rede social já atualizou sua política de comércio para proibir a venda de animais, e caso isso ocorra é possível denunciar.

Alguns países já proibiram

… agora falta o Brasil, não é mesmo?

Na Califórnia, por exemplo, foi proibido a venda de animais de canis. Só é permitido vender animais que foram resgatados, sendo de abrigos de animais ou organizações de resgate sem fins lucrativos.

“Esta é uma grande vitória para nossos amigos de quatro patas, é claro”, disse Patrick O’Donnell, o responsável por escrever o projeto de lei. Realmente essa ação já traz bons resultados para a vida dos pets.

A Austrália também tomou essa importante decisão. Lá se tornou proibido a reprodução de cachorros e gatos para fins comerciais. “A proibição vai destruir este modelo de negócio e ajudar a acabar com a crueldade animal”, diz Debra Tranter  fundadora da Oscar’s Law, uma organização sem fins lucrativos dedicada a abolir as fábricas de animais domésticos na Austrália.

Com o avanço da Petz, estamos esperançosos que novas leis possam surgir no Brasil, e nossos pets possam se libertar dessa crueldade animal. Afinal, uma coisa é bem clara para todos (espero): já passou da hora do nosso país dizer não para qualquer tipo de venda de animais. Sejam cães, gatos, aves, peixes, animais silvestres, entre outros. Precisamos entender que vidas não devem ser vendidas.

Quem ama de verdade os animais não deveria fazer distinção de raças, não acha?

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Por Lari Chinaglia em 22 de fevereiro
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