Temos mais uma vitória chegando para o veganismo, dessa vez protagonizada pela União Europeia. A promessa é de que a União Europeia elimine os testes em animais em todo o mundo.

Elżbieta Bieńkowska, Comissária do Mercado Interno e da Indústria, abriu a conferência anual da Parceria Europeia para Abordagens Alternativas afirmando que a União Europeia vai continuar a ser “pioneira na condução de alternativas aos testes em animais na indústria de cosméticos”, informou a Euractiv.

Até o momento, a União Europeia investiu € 500 milhões em projetos de testes alternativos. A Euractiv acrescentou que Thomas Forster, vice-presidente da Henkel, disse que a União Europeia continua sendo “favorita” na tentativa de instituir uma proibição mundial dos testes em animais, dizendo que “(…) Muitos outros países são muito mais relutantes”.

Thomas Forster também acrescentou que seu objetivo é que a EPAA tenha uma aceitação global das diretrizes da OCDE, que atualmente não são aceitas em todos os países. Um dos principais objetivos da EPAA é de eliminar os testes que não são necessários. “Nós não propomos um teste de substituição, apenas que um teste que não tem valor científico deve ser descartado”, disse Katrin Schotte, da DG ENV, à Euractiv.

Um desafio que os cientistas vão precisar superar nessa luta é o de aprender como usar novos tipos de dados no processo de tomada de decisão regulatória. Segundo Maurice Whelan, chefe da chefe da UE Laboratório de Referência para Alternativas ao Teste Animal, “Gastamos centenas de milhões na geração de dados, mas isso nunca é usado (…) uma das principais razões pelas quais os cientistas não compartilham dados é porque não há articulação de como eles foram obtidos (…) Estamos chegando a um estágio em que os cientistas não conseguem entender seus próprios dados”.

A luta da União Europeia com os testes em animais

Se engana quem pensa que essa luta começou apenas esse ano. Os testes foram proibidos no ano de 2004. Depois, no ano de 2009, passaram a ser proibidos também os testes com ingredientes cosméticos e comercialização de produtos cosméticos com ingredientes testados em animais. E em 2013, a União Europeia proibiu a venda de cosméticos testados em animais.

Essa atitude inspirou outros países, como Coreia do Sul Índia e Nova Zelândia, a anunciar proibições semelhantes. A proibição valia também para os ingredientes de produtos cosméticos e não apenas para os produtos finais.

Esse movimento foi uma grande vitória para o veganismo, afinal a União Europeia representa o maior mercado cosmético do mundo, com uma população estimada de 500 milhões de pessoas.

Tonio Borg, Comissário Europeu responsável pela Política da Saúde e dos Consumidores, declarou na época que: “A entrada em vigor hoje da proibição total de comercialização constitui um sinal importante do valor que a Europa atribui ao bem-estar dos animais. A Comissão está empenhada em continuar a apoiar o desenvolvimento de métodos alternativos e a dialogar com os países terceiros para que sigam a nossa abordagem europeia. Trata-se de uma grande oportunidade para a Europa dar um exemplo de inovação responsável no domínio dos cosméticos, sem que tal afete a segurança dos consumidores.”

Já em maio deste ano, a União Europeia reforçou seu compromisso com a proibição global de testes em animais com uma votação: 620 eurodeputados do Parlamento Europeu votaram a favor de uma proibição. A votação foi uma resposta a uma petição formada pela The Body Shop e pela Cruelty Free International.

“A proibição da União Europeia demonstrou que é possível ter um mercado saudável e próspero de cosméticos sem a necessidade de testes em animais e a votação positiva de hoje nos levará um grande passo para um acordo internacional”, declarou Jessie Macneil-Brown, o diretor de campanhas globais da The Body Shop.

O bem estar dos animais é importante para os europeus

Esse projeto reflete a opinião dos cidadãos europeus. De acordo com pesquisas, 90% dos europeus consideram que é importante que existam regras a favor do bem-estar dos animais que sejam reconhecidas em todo o mundo, além disso 89% consideram que a UE deve usar mais esforços para reforçar, a nível internacional, a importância do bem-estar dos animais.

Além disso de pensar no bem-estar dos animais, as regras da UE garantem que os produtos que entram em contato com nosso corpo são seguros para a nossa saúde. Outro ponto importante é de que a decisão de proibir os testes de cosméticos em animais não prejudicou o desenvolvimento do setor. “Acredito que a UE já mostrou que a proibição pode funcionar e é este o momento para agir”, afirma a eurodeputada, Miriam Dalli (S&D, Malta).

Podemos considerar uma grande vitória para o veganismo. Os testes em animais são bastante cruéis, e agora temos mais um aliado para mostrar ao mundo que eles são desnecessários.

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Por Lari Chinaglia em 28 de dezembro
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