A Triton Algae Innovations está desenvolvendo uma plataforma de produção capaz de replicar as proteínas do leite de vaca. A ideia da startup é desenvolver uma proteína de algas possível de ser a próxima substituição para os leites animais. Essa mudança beneficiaria principalmente intolerantes à lactose e veganos.

Segundo a empresa, o gosto do ingredientes dessas algas selvagens, não transgênicas, é semelhante ao da salsa doce. O produto gerado dessa proteína de algas poderá ser usado em barras nutricionais, cereais, iogurtes, sucos, smoothies, bebidas esportivas e bebidas energéticas, segundo o Xun Wango, Ph.D., presidente e CEO da Triton Algae Innovations disse à Food Navigator.

O produto da marca também é rico em proteínas e contém todos os aminoácidos essenciais, ácidos graxos ômega-3, fibras, ferro e cálcio. Para a startup, “alimentar o mundo começa com uma nutrição sustentável: temos algas para isso” (feeding the world starts with a sustainable nutrition: we have algae for that).

A Triton Algae Innovations está trabalhando em uma plataforma de algas com Chlamydomonas reinhardtii, algas verdes de água doce unicelulares. Essa espécie obtêm seus alimentos e energia consumindo substâncias orgânicas, em tanques de fermentação. Isso acontece porque a alga pode crescer “heterotroficamente”. Assim, as proteínas produzidas pelas algas têm “a capacidade de expressar múltiplas proteínas encontradas em plantas e células de mamíferos, incluindo osteopontina bovina e humana [encontrada no leite materno]”, relatou o Food Navigator.

Além disso, segundo Wang, a Chlamydomonas reinhardtii tem um “sabor superior” em comparação com outras algas. Ele acrescentou que a “parede celular” da alga é feita de “glicoproteína, então a alga é totalmente digerível, enquanto que com a chlorella”, outro tipo de alga, “a parede celular é feita de um material diferente que é mais difícil de digerir e mais difícil de personalizar através da reprodução.”

Já temos o alimento do futuro

Durante o ano passado, a alga se tornou uma das proteína vegana mais observadas. Em resposta disso, no mês de junho deste ano, a CNN publicou um artigo que classifica as algas como “a comida do futuro”.

Segundo a CNN, a produção de alimentos nas Nações Unidas vai aumentar em até 70% até o ano de 2050. Esse crescimento é para alimentar 2,5 bilhões de pessoas a mais. Para sobreviver, é preciso reinventar a maneira como cultivamos e comemos, e segundo especialistas, as algas podem ser uma solução possível.

Um dos motivos é que a produção de algas é uma opção mais sustentável, afinal não é preciso água doce para se desenvolverem. Se formos pensar na produção de gado e na agricultura industrial, por exemplo, são demandados 70% de água doce. Além disso, as algas ainda podem crescer tanto no deserto quanto nos oceanos, lagoas e aquários. Dessa forma, ela fica a frente de todas as demais proteínas de origem animal. E para fechar, as algas não demandam grandes cuidados.

Outro motivo bem importante é o valor nutrição das algas. Elas são ricas nutricionalmente e muito saudável. Esse alimento possui 40% de proteínas na sua composição.

Com tantos motivos, é bem fácil entender porque os empresários estão reconhecendo nas algas uma boa oportunidade de investimento para o futuro.

A alga chama atenção de outras empresas

A empresa iWi Life é outra produtora de algas, e ela está produzindo três suplementos à base de algas. Seu produto é um complexo ómega-3, DHA e EPA. A empresa fabrica seus suplementos veganos a partir da cepa de algas nannochloropsis. A iWi Life afirma que seus suplementos têm uma maior taxa de bioabsorção de ômega-3 do que o óleo de krill ou de peixe.

Segundo a empresa: “Peixes comem krill, krill comem algas. Ômega-3 vem das algas, então nosso produto pula o peixe do meio para uma maior alternativa vegana.”

Algas só para seres humanos?

Não, segundo o Dr. Ernie Ward, o veterinário chefe da Wild Earth. Para ele, uma startup de biotecnologia, “cultiva proteínas, plantas, insetos, algas e fungos, deve ser bem-vindo em nossos cardápios e nas tigelas de comida dos nossos animais de estimação”. Dr. Enrie War é um defensor do uso de proteínas alternativas à base de plantas, como as algas, para ajudar a diminuir a produção global de carne.

Podemos esperar grandes novidades vindas das algas por aí. Com vantagens para saúde, para os animais e para o meio ambiente, a proteína de algas tende a ser um sucesso rapidamente.

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Por Lari Chinaglia em 26 de dezembro
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